Jorge Sampaio, Chefe de Estado entre 1996 e 2006, faleceu hoje aos 81 anos.
O antigo Presidente da República nunca descansou das suas funções ao serviço das pessoas, presidindo atualmente a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que o mesmo fundou em 2013, com o objetivo de contribuir para a resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação. “A solidariedade não é facultativa, mas um dever do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos do Homem”, escreveu.
A autenticidade e o talento para construir pontes, levou-o a ser nomeado o Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações, entre 2007 e 2013. Foi distinguido pela Organização Mundial de Saúde e recebeu o primeiro prémio Nelson Mandela instituído pelas Nações Unidas pelos seus "feitos e contribuições excepcionais ao serviço da humanidade".
Teve quase todos os cargos políticos possíveis. Um homem discreto, emotivo, generoso, com um enorme sentido de humor, mas também um homem de atitudes corajosas, decidido e como o próprio disse “prisioneiro da ansiedade por um futuro melhor”. Com ousadia no pensamento, de ideais fortes, que não se acomodava, entregando-se às causas.
O atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destaca-o como “um lutador”, sendo que “a causa da sua luta foi a liberdade na igualdade”, e também como “um grande Senhor da Democracia e um grande Senhor da Pátria comum”.
Foto: Marcos Borga, in revista Visão